sábado, 28 de julho de 2007

Fim de semana atrasado

Não falei que o tempo aqui passa rápido?

Já é sábado e só agora eu vou conseguir postar as histórias do último fim de semana... afe! Aí vai:

Sexta depois do trabalho fui até a casa da Renata (fonoaudióloga da Multi) com mais algumas amigas para um lanchinho: Pão de queijo + bolo de banana, com direito a café coado na meia (coador de tecido, tá, não era uma meia de verdade...)
Chegando em casa, aproveitei a minha internet que está o máximo e atualizei blogs, e-mails, etc.
Sábado fui acordada às 8h pelo suave som de uma britadeira e pedreiros falando na minha janela, juro que pensei que tinha um dentro do meu quarto, de tão perto que era o som (ta aí uma das desvantagens de morar no térreo). Bom, fiquei pela casa tentando descobrir o que ia rolar e aproveitei pra dar PARABÉNS pra mamãe (Viva o Skype!!!)
Quando descobri que ia mesmo rolar uma balada, então tratei de dormir pra agüentar o tranco. Desta vez fomos ao Éden, logo depois de jantar em no restaurante Cais de Quatro também na ilha (local de todas as baladas).
O Éden é uma balada bem grande, também na beira da praia, porém sem acesso à ela. Chegando lá descobrirmos que mulheres tinham “free pass”, ou seja, não pagava nada pra entrar e lá dentro fomos informadas que o champagne era por conta da casa. Ou seja, a balada foi totalmente na faixa... foi mesmo um Éden.
Desta vez, fui com a Renata, médica de outro projeto da Gesa e seus amigos portugueses. Aí estamos:











E aqui estou eu de Free Pass e Free Drinks... hehehe, mas não se peocupem, bebi pouco.








Voltamos às 5h e despertador para as 9h. Dormir? Dormir é para os fracos...

Pegamos então o caminho para Barra do Dande. Mais ou menos 1h de estrada e lá estávamos nós numa praia muito bonita! Aproveitamos para dormir um pouquinho ao sol... sabe como é. Agora, não sei se é porque estamos no inverno (aqui chamado de Cacimbo) ou se é pela ausência de buracos na camada de ozônio, mas o sol não queima! Pelo menos não na velocidade que é no Brasil... isso é bom porque dá a sensação de que é mais saudável...
Bom, lembram-se a parte que eu disse que aqui a gente tem que ser Zen? Pois é, o almoço levou cerca de 1h30 para ser servido e a conta depois veio completamente errada. Mas faz parte da experiência...

domingo, 22 de julho de 2007

Pica no Rabo

Não adianta, por mais que as línguas sejam super parecidas, cada uma tem as suas expressões e peculiaridades...
Aqui em Angola se usa o Português de Portugal, com algumas pequenas alterações, porém o sotaque é mais suave e tranquilo de entender. Acredito que isso acontece por eles terem alguma influência do Brasil através da Globo internacional e até da presença dos brasileiros aqui.
Bom, já sei que estão curiosos e talvez até chocados com o título então vamos lá: Aqui, você pode chegar no hospital e o médico dizer que você terá que tomar uma “pica no rabo”. Aí eu pergunto: O que você faz?
a- Ri
b- Chora
c- Foge
d- Diz: mas tem que ser aquele enfermeiro?
Bom, isso nada mais é que tomar uma injeção no bumbum! O pior foi quando me falaram: “ah, mas isso é só para os putos!”
Aí não deu, tive que rir MUITO... mas putos aqui são as crianças. E, sim, eu já ouvi homens dizendo: “quando eu era puto...”
Tem mais uma! Você chega ao banco e pergunta onde é feito o câmbio de moedas, a atendente diz: “Entre atrás daquela bicha” e aponta para uma fila, onde a última pessoa é um Angolano 2x2. Você pensa:
a- Acho melhor voltar mais tarde
b- Essa atendente vai apanhar
c- Pelo menos ele não é o enfermeiro que vai me dar a “pica no rabo”
Bom, então devo dizer a vocês que a bicha não é o Angolano e sim a fila.
Fala sério! Pense se a vida não fica muito divertida?!
Mais vocabulário:
Português Portugal – Brasil
Despachar – Se aprontar
Gajo – cara (tipo aquele cara)
Percebes? – Entende?
Bimbo ou totó – bobão, caipirão
Sandes – Sanduiche
Prego no pão – sanduíche de bife (pode ser pedido o prego no prato, sem o pão)
Fixe ou Giro – Legal (uma coisa pode ser ou estar fixe)
Praticamente estou aprendendo mais uma língua!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O tempo


Bom, como minha amiga disse, agora que a net funciona em casa, não tenho mais desculpas pra não postar no blog, pelo menos enquanto ela funciona...
As semanas aqui passam como raio... a velocidade do tempo aqui é dobrada, não é possível! Quando eu vou ver já é quinta e lá vêm os planos do final de semana e ele passa e chega outro e assim, já estou aqui há quase 3 semanas. Já conheci um monte de gente e lugares, já ri muito, e nem tive tempo de chorar (o que é ótimo), já aprendi nomes (e olha que quem me conhece sabe que eu sou péssima nisso), já aprendi vocabulário local, já comi comida típica (prometo que conto essa mais pra frente), já sei mexer no sistema do hospital, cadastrar, faturar, controlar estoque e por aí vai... UFA! Acho que aqui as horas duram menos... Logo, logo estou de volta!
Esta semana foi um pouco irritante no começo, por eu ter ficado sem net em casa e na clínica... isso chateia demais! Além disso, na terça eu fui buscar uma encomenda na padoca, pra uns coffee breaks da clínica. Pense: 1 padoca, 10 atendentes, cerca de 15 clientes, encomenda feita no dia anterior... tinha tudo pra ser rápido, fácil e eficiente.... mas não... 1 hora de espera e a encomenda ainda teve que ser ajustada, pois o que foi encomendado não estava pronto... ai ai ai... Mas aqui ou vc aprende a ser zen, ou vc aprende a ser zen. Não existe aquela cultura de “o cliente sempre tem razão”, serviço de atendimento aos clientes, Procon, etc. Até porque, não existe muita concorrência, mas acredito que isso seja apenas uma questão de tempo.
Só com muitas reticências mesmo... Mas a semana foi melhorando, com direito a jantar (da galera da Ana) na quinta e pão de queijo com bolo de banana na Renata sexta.

Bom, na quarta tive uma reunião de integração na GESA, a empresa que gerencia a Multiperfil, entre outras coisas. Essa empresa faz parte de um projeto bem maior que está atuando em quase todas as áreas no país. É uma loucura ver que de leis a obras passando por diversos tipos de serviços. Mas o melhor foi saber do grande objetivo que nós temos aqui: treinar um sucessor angolano. Estamos todos aqui com uma grande missão de ajudar o país a crescer. Eu, particularmente saí de lá orgulhosa e me sentindo privilegiada por fazer parte deste grande projeto. Espero poder colaborar um pouquinho... e aqui eu vejo, que se cada um der um pouco de si, conseguimos sim mudar para melhor!



Tenham um bom final de semana!
(Foto: Vista do pôr-do-sol do Caz da Cimeangol)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Final de semana agitado

Já na quinta-feira começou o agito. Em retribuição ao churrasco + jantar com direito a shows de DVD do final de semana passado, a Ana resolveu fazer um jantar. Ela fez algumas especialidades de sua terrinha (Recife): Baião de dois, escondidinho de mandioca com carne seca e farofa de carne seca... Hummmm foi de babar!


Além disso ainda teve um monte de sobremesas: mousse de maracujá, mousse de goiaba com leite condensado, brigadeiro e lichia em caldas. Conclusão: preciso achar uma academia URGENTE!!!



Na sexta eu ia pra um churras, mas acabou miando então, aproveitei pra descansar.




Sábado logo cedo (cedo mesmo, 8h30) os homens vieram aqui no prédio arrumar a internet. Quando eles foram embora voltei a dormir e só fui levantar às 14h30. Detalhe, quem não tinha internet continuou sem e quem tinha não tem mais... Ótimo, não?! Mas um dia isso vai melhorar... eu tenho fé!
Depois do almoço, assistimos meu DVD do “That thing you do” na casa da Ro, com direito à pipoca. Depois fui me arrumar pra balada. Conheci um lugar super famoso: Bay in. É uma balada numa espécie de pier, na beira do mar. Música boa, Us$20 de consumação, o que me deu direito à 4 Spins (Smirnoff Ice). Foi muito divertido, ficamos lá até às 3h.



Carlos (Português), Zé Carlos e Renata (Cariocas, dentistas da Multi), Ana (Recifense, responsável pelas comidas maravilhosas) e eu.

Chega em casa, muita água (pra evitar a ressaca), cama e despertador para às 9h! Sim, pois às 10h saímos para conhecer uma praia: Cabo Ledo! Lindo aquele lugar. Cerca de 1h30 de estrada.
No caminho paramos no Miradouro da Lua, que leva este nome por ter uma paisagem de falésias que lembram a superfície da Lua. As fotos não mostram metade da beleza desse lugar... sorry.






Cruzamos a ponte do Rio Kwanza e logo chegamos a esta praia maravilhosa. Lá almoçamos (detalhe: camarão, lagosta, choco = polvo, bacalhau e batatas. Calma mãe, eu não passei mal!), jogamos volley (mais ou menos) e aproveitamos a praia. Um bom jeito para fechar o final de semana.



Na volta, uma última parada no Miradouro pra apreciar e, por que dar uma mãozinha ao sol?!





sexta-feira, 13 de julho de 2007

A Comida (parte 1)

Sei que ainda vou ter muito que falar disso, mas já queria começar pra não deixar passar o que notei até agora.

Bom, o supermercado é uma diversão. Fazer compras em um lugar que você não conhece os produtos já é um desafio, além de não saber onde ficam as coisas, você fica tentando desvendar o que são algumas coisas. Além disso, aqui cada produto vem de um lugar diferente... Tem rótulos em inglês, alemão, português, italiano e assim vai... Praticamente um supermercado para poliglotas! Lá eu encontrei:


· Geléias em lata (não vidro)
· Pão de forma feito na padoca, fatiado e embalado lá mesmo,
· Suco de lichia industrializado,
· E o meu preferido: A vaca que ri! Pode uma coisa dessa?


Além disso, tem os nomes interessantes de algumas coisas... Aí vai a listinha:

BRASIL - ANGOLA
Gimguba - Amendoim
Tosta - Torrada
Gimboa - Folha da batata
Kisaca - Folha da mandioca
Sumo - Suco
Gamba - Camarão

Bom, muitas coisas ainda virão... depois eu passo a receita típica daqui.

domingo, 8 de julho de 2007

O primeiro fim de semana

Para este sábado estava planejado um churrasco a casa de um amigo Português aqui das meninas.
Lá pelas 11h pegamos o transito realmente infernal rumo à Cacuaco. Deve ter levado cerca de 1h30 e não era tão longe, porque à noite voltamos em 30 minutos.
Bom, Cacuaco é a região onde fica a Cimeangol (empresa de cimento). Chegamos lá no “acampamento” onde moram os estrangeiros (muito brasileiro nesta terra). O churras começou com direito à picanha. Com um churrasqueiro gaúcho, não tinha como ficar ruim, né?


Depois do churras, fomos dar uma volta e eles nos mostraram a fábrica de cimento e ficamos experts no processo de fabricação... o mais legal é que as coisas eram MUITO grandes (fornos, caminhões, chaminés). Fomos até o caz pra ver o entardecer. Vejam só:





Depois teve jantar: Arroz carreteiro. E na seqüência uma sessão DVDs musicais... começou com show de Bruno e Marrone, passou por outros sertanejos que não coneço, teve Jota Quest, Zelia Duncan e Flashback anos 70 e 80 (clipes bizarros e engraçados demais!).
No caminho de volta pra casa o Stefan (filho da amiga de uma amiga da minha mãe que trabalha aqui em Luanda) ligou pra me chamar pra balada... eu tava morrendo de sono, mas como aprendi com a Lela... always say ‘yes’ to the new stuff (dentro do razoável), então, vamos lá! Cheguei em casa, banho, roupa e lá fui eu conhecer a noite em Luanda. Fomos a uma discoteca (nome mais usado aqui). Bem legal. Lá toca muita Quisomba (ritmo tradicional daqui que se dança de par). Eu não aprendi a danças, mas fiquei observando a galera. Nesta balada se paga Us$15 para entrar e você tem direito a 2 drinks a escolher ... olhem só a minha escolha:

É Smirnoff Ice, que aqui chama Spin... mas é a mesma coisa... hummmm

Cheguei em casa às 3h30 e ZZZZZZZZZZ...

Lussati

Esses dias aprendi uma história muito interessante. Uma enfermeira fará um estágio relâmpago na nutrição, pois ela vai passar 3 meses em campinas numa clínica de Hemodiálise exatamente para aprender a parte da nutrição, para voltar e trabalhar aqui em Luanda no Hospital Maria Pia.
Bom, quando perguntei o nome dela ela disse “Palmira, mas gosto que me chamem de Lussati”. Eu, como sempre curiosa, quis saber o que ma coisa tinha a ver com a outra e ela me explicou:
Na parte sul de Luanda, são conhecidas como Lussati as crianças que perdem seus irmão mais velhos e mais novos e acabam se tornando filhas únicas. Na região sul, basta dizer que seu nome é Lussati e todos já entendem sua história. E a tradução literal desta palavra é Milheiro (onde nascem os milhos). Ao eu ver, significa a mais forte, a que resistiu.
Achei muito bonito e aprendi também, que o ‘Palmira’ foi por conta da época em que Angola era uma colônia portuguesa, quando todos eram obrigados a registrar suas crianças com um nome português.

Agora o diário pessoal... bom, trabalhamos até um pouco mais tarde para deixar tudo em ordem e encaminhado, pois a Rosangela está saindo de férias domingo, quer dizer, estava, pois acabamos de descobrir que o passaporte dela não ficou pronto então ela vai ter que ficar mais uns dias.
Na hora do almoço, fomos até o shopping comprar o meu telemóvel (como chamam aqui os celulares). Pois é, agora eu estou mais comunicável... Bom, chegando ao shopping, como eu já tinha almoçado no hospital, só faltava a sobremesa pra completar e adivinhem o que eu tomei... Milkshake de Ovomaltine do Bob’s!!!!! Nem preciso dizer o tamanho da felicidade, né?
Chegando em casa depois do trabalho, chamamos o Piquete (esse é o nome que se dá para os moços que fazem todos os pequenos concertos por aqui). Ele veio instalar o gás (até agora eu não podia cozinhar... que pena!!!), tentou resolver o problema da internet, mas parece que tem que liberar alguma coisa numa central... isso pode demorar.
Depois voltamos ao shopping, pois era aniversário de uma brasileira, amiga do pessoal. Lá no shopping tem um restaurante, meio barzinho, com comanda individual. Lá conheci um monte de outros brasileiros, inclusive o Spindola e a turma que aparece no blog dele toda hora. Foi bem divertido. Ficamos até uma e pouco e viemos embora. Detalhe: eu, que não bebi nem uma só gota de álcool, tomei o maior tombo na saída... essa foi homenagem pra Mô...hehehe. Ainda bem que já tava um pouco longe de onde a galera estava, então só quem viu o mico foram os que estavam comigo no carro.
E assim está sendo minha estréia.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O segundo dia

Na verdade ele poderia até ser considerado o primeiro, pois foi o primeiro dia de “rotina”. Pela manhã, depois de tomar meu café da manhã aqui chamado de pequeno almoço ou mata bicho, vim com a Rosangela até a Cínica e comecei a conhecer o pessoal, os lugares (óbvio que não decorei nem um nome e nem um caminho), os procedimentos, etc.
O hospital tem 2 andares de internação, tem um pronto socorro (sala de emergências), uma UTI bem pequena, uma área de laboratório e exames. Razoavelmente pequeno, porém tudo bem arrumado e limpinho. Sim, aqui dentro também tem mosquitos... menos do que no aeroporto e na rua, mas eles estão por todas as partes!
Almoçamos aqui e eu experimentei um peixe chamado Cara-pau, acho que é a Cavalinha brasileira. Tinha uma salada de feijão, muito boa mas a Rosangela estava me contando que os angolanos se mostram muito resistentes ao consumo de feijão, talvez não pelo saber, mas por ser um hábito brasileiro. Já os brasileiros que trabalham aqui fogem d refeitório quando é dia de peixe... e assim é a vidas das nutris de produção (trabalho em cozinha), nunca é possível agradar a todos.
Aqui há médicos angolanos, brasileiros e cubanos, portanto é uma mistura de idiomas incrível, mas todos se entendem (mais ou menos).
Conheci 2 nefrologistas com quem trabalharei na Hemodiálise. Este setor ainda está em construção, num prédio novo aqui ao lado. Já tem 15 cadeiras e maquinas prontas para uso, mas a idéia é chegar ao total de 42. Trabalho pra chuchu!
À tarde, fomos a uma palestra sobre nutrição com uma médica que estudou em vários países (inclusive Brasil) e hoje trabalha com Higiene de alimentos. Foi muito legal, pois eu pude ver um pouco mais da cultura daqui através de fotos de vendedores ambulantes de comida e das perguntas que os próprios angolanos faziam. Há muito que se melhorar nesta área. Soube que existe um lugar onde os restaurantes depositam os alimentos que não estão mais em condição de consumo e lá pessoas mas pobres pegam estes alimentos e levam para vender nas feiras... Falta muita informação para a população em geral, mais ainda para os mais pobres.
Passada a palestra tivemos um coquetel e depois rumo a casa (by motorista da Multiperfil). Chegando em casa adivinhem só??? NO LIGHTS!!!!! Parece que os dois geradores estão com problemas... mais uma noite sem net. Ainda bem que temos internet na Clínica e vou poder postar no blog logo mais!

terça-feira, 3 de julho de 2007

A chegada

O vôo foi tranqüilo, só tivemos um atraso de mais ou menos 1 hora e meia. O avião é gigante (eu não entendo nada de aviões, então não sei dizer o modelo.... mas tinha até uma escadinha pra primeira classe...). Os comissários e comissárias não são lá aquela simpatia, mas não tive problemas. Até a comida tava bem boa.
Bom, sentei ao lado de uma nova amiga que tornou minha viagem bem mais agradável. O nome dela é Patrícia e ela está vindo pra Luanda pela segunda vez, depois de já ter passado uma temporada de 3 meses. Ela veio me contando todas suas histórias e experiências, além de ter me dado várias dicas. Foi uma companhia muito boa para a viagem.
Chegando em Luanda, o primeiro medo: os mosquitos. Eles estavam lá pra nos receber dentro do ônibus que leva do avião até o terminal. E lá continuavam eles na fila da imigração... e pior, o meu repelente na mala, por causa esta história de não poder levar líquidos na mão. Bom, lembrei que eu tinha um “repelente sonoro” e fui a caça dele na mochila (que continuava com 8 Kg). Aí fiquei mais tranqüila.
Fomos para as esteiras pegar as malas e acredite se quiser, ficamos lá 3 horas (quase metade do tempo do vôo). Parece que estava havendo algum tipo de busca militar e estavam com cães farejadores checando as malas... não sei como eles passaram pela minha que devia estar com o cheiro das gatinhas.
Finalmente as malas chegaram e eu já tinha localizado um pessoal que trabalha em alguns projetos ligados à Multiperfil. Assim eu tinha minha carona garantida!
A saída do aeroporto não é tão chocante quando a Índia... sim, é ó terra, e pobreza, mas o choque indiano foi MUITO maior! Entramos no carro e comecei a observar a minha volta. Bom, além da sujeira (muita!), tem muita gente na rua vendendo coisas... de tudo que você pode imaginar. O senhor brasileiro que estava no carro comigo falou: “Aqui em Luanda você consegue montar um apartamento na rua!” e deve ser verdade... no meu curto percurso, eu vi pessoas vendendo bebidas, biscoitos, toalhas, mosquiteiros, cuecas, frutas... tem de tudo.
Chegamos à Clínica Multiperfil. Por fora bem bonita. Não é um prédio muito grande. Em volta: terra. Encontramos com a Rosangela (nutri que me entrevistou em São Paulo) e ela me levou até o apartamento dela pois o meu estava em fase de montagem. Me mostrou onde ficava tudo e me deixou super a vontade. Eu tentei usar a internet. Consegui fazer uma ligação e aí a luz se foi, depois voltou, depois se foi... tive que desistir e dormir... o sono era demais. Acordei umas 17h e a luz tinha voltado tratei logo de tentar me comunicar... mas lá se foi ela de novo...
A Rosangela chegou e me levou pra conhecer o Shopping, lá tem um supermercado chamado Shoprite. Lá fiz uma comprinha básica pros primeiros dias (leite, nesquick, pão, água e claro, um chocolatinho).
Voltando, viemos ajeitar as coisas já no meu apartamento, que está habitável, porém ainda precisa de algumas instalações. Consegui usar a internet por alguns minutos, mas logo ela pifou. Desta vez não foi a luz... não sei dizer bem o que foi... mas parece que ela ainda não funciona muito bem por aqui...
Neste momento por exemplo, estou digitando o texto em Word, pois estamos de novo sem luz.. estão fazendo um concerto nos geradores... espero que funcione logo...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

E a aventura começa....

Bom, depois de brigar com a mala... muito, com ajuda da vovó, da mamãe, da Mô e do Cris, finalmente conseguimos deixar a mala com 29kg (o limite era 30Kg) a mala de mão com 7Kg (o limite era 5Kg e eles pesaram, mas não cobraram excesso) e o detalhe da minha mochilinha: 8kg... haja ombro pra carregar!
Bom, em São Paulo a reza brava funcionou... a pesar do aos do dia anterior nos aeroportos, o meu vôo não atrasou... aliás, quase perdi, porque o atendente da Gol falou que estava 30 minutos atrasado, e quando eu passei a segurança, ouvi meu nome no auto falante: “Débora Nunes, última chance para embarcar”.
Não era só eu, estavam chamando outros nomes, mas quase que eu fico pra trás...
Chegando ao Rio, a mala nem demorou tanto, e logo já fiz o check in na TAAG, sim Transportes aéreos de Angola (http://www.taag.com.br/) afinal esta empresa me leva do Rio diretamente para Luanda!
Aqui está tudo calmo, o vôo aparece com 1 hora de atraso (era pra sai às 18h, mas está previsto para às 19h). Depois de passada a burocracia, fui logo tratando de desocupar a minha mochila e transferir o peso para a mala de mão, que tem rodinha, né?! Depois de comer um lanchinho encarei a fila da imigração e o moço tentou me embarcar para a França. Ele perguntou se eu ia mesmo pra Luanda, porque tinha uma vaga na Air France... hehehe piadista...
Agora é esperar o embarque...

PS: Eu comentei que o piloto da Gol estava roco? Deve ter sido uma boa balada no sábado...